Cecília Camargo
pequenas trincas
veias
nas paredes nuas
fronteiras
o espelho
reflete o vazio
fios
conectam-me
ao mundo exterior
o piso frio
me observa
submisso
sozinha
estou numa cela
que oprime
e angustia
uma risada
ressoa pelo corredor
pequenos passos
e o pulo sobre a cama
transformam a cela
em ninho
o sorriso da criança
liberta-me
à noite
você
sua pele
macia e quente
transforma o ninho
em alcova
seus braços
me envolvem
seus lábios me tocam
a cela
ficou para trás
o ninho
reservado para o dia
na alcova
você e eu
entre a maciez dos lençóis
27/08/2010
Nenhum comentário:
Postar um comentário