quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Manto Sagrado

Cecília Camargo


tecido de nácara
a um toque se contrai
em frêmito

brandi meus seios
como punhais
que desenhavam no tecido
espirais

neste mapa
tão meu conhecido
vislumbro contornos
mordisco desejos

faminta saboreio
virilidade
no compasso da busca
cumplicidade

no silêncio do momento
escuto o grito do mundo
esquecido a um canto da alma

na noite que se esvai
me abandono
aninhada em seu calor

Nenhum comentário: